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Uso do biodiesel vira cabo de guerra no transporte de cargas
O uso do biodiesel como fonte de energia renovável tem despertado cada vez mais interesse e se tornado uma realidade concreta, especialmente no setor de transporte rodoviário.
No contexto da resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que determina a mistura de 12% de biodiesel no óleo diesel utilizado por caminhões desde abril deste ano, surgem diversos questionamentos e debates relacionados ao uso dessa alternativa sustentável.
Neste texto, exploraremos alguns dos principais pontos de discussão acerca do biodiesel e seu impacto no desempenho, na economia e no meio ambiente, desvendando assim as percepções equivocadas e revelando as realidades por trás dessa medida importante para o setor de transportes.
O governo federal decidiu aumentar, gradualmente, o percentual de mistura obrigatória do biodiesel no óleo diesel de petróleo. Em abril o percentual aumentou de 10% para 12%, seguindo uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Até então, a adição obrigatória de biodiesel no combustível fóssil estava em 10%, abaixo do percentual estabelecido na Política Nacional de Biocombustíveis. A mistura chegou a 13%, mas foi reduzida em 2021 como uma medida para segurar o preço do combustível.
Um cronograma prevê aumentar gradualmente a mistura até chegar em 15% em abril de 2026.
O primeiro motivo é o alinhamento com políticas de preservação do meio ambiente. O biodiesel é menos poluente que o diesel obtido de fontes fósseis.
Outras razões são o estímulo à indústria nacional e a redução da dependência da importação de óleo diesel. A estimativa do governo é que a produção nacional de biodiesel passe dos atuais 6,3 bilhões para mais de 10 bilhões de litros anuais, entre 2023 e 2026. Além disso, está prevista a redução da importação de 1,3 bilhão de litros de óleo diesel em 2023 e de 4 bilhões de litros em 2025.
Diante desse cenário, o uso do biodiesel se tornou um verdadeiro cabo de guerra entre entidades que representam empresas de transporte de cargas, produtores de soja (principal fonte para o biodiesel), fabricantes do combustível alternativo e o próprio governo.
Uma nota assinada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e mais seis entidades em fevereiro deste ano destaca três pontos sensíveis provocados pela adição do biodiesel no diesel fóssil:
As três principais organizações de fabricantes de biodiesel (Abiove, Aprobio e Ubrabio) rebatem a posição da CNT dizendo que há o consenso de que a troca do diesel fóssil pelo biodiesel reduz as emissões de particulados, monóxido de carbono e hidrocarbonetos, citando uma série de estudos científicos que comprovam os benefícios do biodiesel.
As associações dizem ainda que não há qualquer caso comprovado de que o uso de misturas de até 15% de biodiesel tenha causado danos a máquinas e motores no Brasil. E aponta que foram feitos testes extensos no país.
Em uma audiência pública realizada na Câmara dos Deputados no início de abril, o diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Marlon Arraes, disse que veículos modernos estão aptos a usar a mistura sem prejuízo para os motores. “Se você tem acesso a um combustível especificado de boa qualidade na ponta, você abastece combustível e você segue o plano de manutenção preconizado pelo fabricante, não é para ter problema, você não vai ter problema algum”, disse.
Ele também afirmou que uma resolução recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estabeleceu novas especificações para a produção de biodiesel, que vão melhorar a qualidade do produto que chega ao consumidor. Entre outros pontos, a resolução determina ao produtor o uso de sistema de filtração mais eficiente para barrar contaminantes.
Independente de qualquer posicionamento, a mistura de 12% de biodiesel no diesel comum é uma realidade que está posta. A idade avançada da frota de caminhões no Brasil (22 anos, em média) pode, de fato, representar um problema nesse cenário.
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