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Maio Amarelo: o fator humano como causa de mortes no trânsito
Todo ano, milhares de vidas são perdidas em acidentes de trânsito. No Brasil, o Ministério da Saúde ainda não divulgou números finais de 2024, mas estima-se um aumento entre 8% e 15% em relação a 2023, quando houve 33,6 mil mortes aproximadamente. Só para ter uma ideia: segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2024 foram registrados 73.121 acidentes, resultando em 84.489 feridos e 6.160 mortos. Isso equivale a dizer que 16 pessoas morreram diariamente apenas nas rodovias federais durante o ano passado. Esse número é 10% maior em relação ao registrado em 2023.
Durante o Maio Amarelo - campanha de conscientização para a redução de acidentes de trânsito - é essencial lembrar que, em grande parte dos casos, o principal responsável pelas tragédias não é a falha mecânica ou a má condição das estradas, mas sim o comportamento humano. De acordo com um estudo do Instituto Zero Morte, 93% dos sinistros de trânsito têm essa causa.
Distrações ao volante, excesso de velocidade, consumo de álcool e desrespeito às leis de trânsito estão entre os fatores mais comuns que transformam pequenas imprudências em fatalidades evitáveis. É sobre isso que falaremos neste texto.
O impacto do uso de álcool e drogas na condução
Dirigir sob o efeito de álcool ou drogas (legais e ilegais) é uma das combinações mais perigosas no trânsito. Mesmo em pequenas quantidades, essas substâncias afetam diretamente o cérebro, prejudicando o julgamento, a coordenação motora, o tempo de reação e a capacidade de tomar decisões. O resultado? Um motorista que acredita estar no controle, mas que, na prática, está altamente vulnerável a cometer erros fatais.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool está presente em aproximadamente 27% das mortes no trânsito no mundo. No Brasil, a situação também é preocupante. Em 2023, um estudo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) divulgou que 10.887 pessoas perderam a vida em decorrência da mistura de álcool com direção, uma média de 1,2 óbito por hora.
Além de prejudicar as habilidades cognitivas, o álcool costuma aumentar a autoconfiança de forma enganosa, levando o condutor a assumir riscos que normalmente evitaria. Já as drogas podem gerar efeitos variados: desde sonolência e lentidão até euforia e impulsividade — todos estados mentais incompatíveis com uma direção segura.
A Lei Seca, em vigor no Brasil desde 2008 e reforçada por atualizações posteriores, proíbe qualquer concentração de álcool no sangue do condutor. A medida é clara: tolerância zero. Mesmo assim, ainda há resistência por parte de muitos motoristas, o que reforça a necessidade de campanhas educativas e fiscalização rigorosa.
Distrações ao volante: uma ameaça silenciosa
Entre os diversos fatores humanos que contribuem para os acidentes de trânsito, a distração ao volante tem ganhado destaque como uma das causas mais recorrentes. Em poucos segundos de desatenção, um motorista pode não perceber a aproximação de um pedestre, um veículo freando à frente ou uma curva fechada.
O uso de celulares por pedestres e ciclistas tem sido fator primário para o aumento de mortes por atropelamento no Brasil. Segundo o Instituto Zero Morte, ele corresponde a 83% das causas de acidentes em relação a comportamentos de risco no volante. Ao desviar o olhar por apenas 5 segundos a 80 km/h, o motorista percorre cerca de 111 metros às cegas.
Além do celular, outras distrações comuns incluem:
Essas atitudes diminuem a atenção e o tempo de reação do condutor, aumentando significativamente o risco de acidentes, principalmente quando associadas a outros fatores de risco, como alta velocidade ou ingestão de álcool.
Para reduzir esses perigos, é importante adotar comportamentos preventivos, como:
Funções cognitivas e direção: como o cérebro entra na jogada
Dirigir é uma atividade complexa que exige muito mais do que habilidades motoras. Por trás de cada ação no trânsito - acelerar, frear, mudar de faixa, tomar uma decisão em frações de segundo - existe um trabalho intenso das funções cognitivas do cérebro. Atenção, memória, percepção visual, tomada de decisões e capacidade de antecipar riscos são apenas algumas das habilidades mentais envolvidas na condução segura de um veículo.
Quando qualquer uma dessas funções está comprometida, o risco de acidentes aumenta. Pessoas que sofrem de distúrbios neurológicos, transtornos psiquiátricos ou até mesmo privação de sono podem apresentar reflexos mais lentos, dificuldade de concentração ou confusão diante de situações inesperadas.
Mesmo indivíduos saudáveis estão sujeitos a alterações momentâneas na função cognitiva. Por isso, é fundamental reconhecer que a segurança no trânsito também passa pela saúde mental e cognitiva dos condutores. Estar atento ao próprio estado emocional e saber identificar sinais de cansaço, distração ou confusão mental são atitudes responsáveis que contribuem para um trânsito mais seguro e consciente.
Comportamento agressivo: quando a pressa e a intolerância viram risco
O comportamento agressivo ao volante é mais comum do que se imagina, e representa uma ameaça real à segurança no trânsito. Agressividade no trânsito pode se manifestar de várias formas: fechar outro veículo de propósito, ultrapassar de forma perigosa, xingar ou intimidar outros motoristas, colar excessivamente na traseira de um carro mais lento, entre outros atos impacientes e hostis. Muitas vezes, esses comportamentos são impulsionados por emoções como raiva, frustração, estresse ou até sensação de impunidade.
O problema é que, em um ambiente onde todos dependem da atenção e do respeito mútuo, esse tipo de conduta compromete a segurança coletiva. Atitudes agressivas reduzem o tempo de resposta dos envolvidos e aumentam a chance de acidentes - especialmente quando somadas a outros fatores de risco, como alta velocidade ou distração.
É importante lembrar que o trânsito não é um espaço de competição ou disputa de poder. Todos estão tentando chegar ao seu destino com segurança. Controlar as emoções ao dirigir é um sinal de maturidade e responsabilidade.
O papel de cada um na construção de um trânsito mais seguro
O trânsito é um ambiente coletivo, onde as decisões individuais têm impacto direto sobre a segurança de todos. Ao longo deste texto, vimos como o fator humano está no centro das estatísticas de acidentes fatais. São atitudes muitas vezes evitáveis, mas que continuam a colocar vidas em risco diariamente.
A campanha Maio Amarelo nos convida a refletir sobre essas escolhas e a repensar a nossa responsabilidade como condutores, pedestres, ciclistas ou passageiros. Mais do que uma campanha de conscientização, trata-se de um chamado à ação: adotar comportamentos mais prudentes, respeitar as leis de trânsito, cultivar a atenção plena e desenvolver empatia com os outros que compartilham as vias.
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